Pessoas que moram sozinhas contam como não se sentir solitárias na quarentena

Denise Kusminski relata experiência de morar sozinha
Em tempos de pandemia todas as rotinas mudaram, famílias e profissões se adaptaram, praticamente, tudo mudou e para quem mora sozinho o desafio de não se sentir solitário é ainda maior.
Em tempos de distanciamento social, não sair de casa ou sair apenas para atividades essenciais pode ter um enorme impacto em nossa saúde mental, já que a quarentena muda a dinâmica e a rotina de todos os lares espalhados ao redor do mundo. Neste contexto, é natural a pessoa sentir a solidão imposta pela reclusão forçada pela pandemia.
Bruna Caetano Huca é estudante do curso técnico em enfermagem no Colégio Estadual Barbosa Ferraz e mora sozinha, há seis anos, quando saiu do interior de Pitanga, onde vivia com os pais, para estudar e buscar oportunidades na área da saúde em Ivaiporã.
Ela comentou que durante a quarentena tem saído praticamente para fazer compras em supermercado e pagar contas, lembrando que morar sozinha, nesse período, tem sido desafiador e que o principal é ter dias produtivos, onde ela consiga realizar as tarefas diárias de quem mora sozinha. “Às vezes, me sinto solitária, sinto falta da interação com outras pessoas; mesmo assim consigo lidar bem com esse fato porque entendo que tudo isso é temporário”, disse a estudante.
O isolamento social ressignificou as relações dela com a família, com quem mantém contato por meio das redes sociais. Conforme a estudante, os meios virtuais confortam e amenizam a saudade de quem está distante fisicamente, mas não é a mesma coisa do que poder estar perto, tocar e abraçar alguém que ela não vê há algum tempo.
Para a estudante, é importante filtrar as informações que se passam no mundo atualmente, por conta da pandemia, para manter a saúde mental em dia e não sofrer com frustrações, paranóias e crises de ansiedade provocadas pelo longo período que passa sozinha. A sugestão de Bruna Huca para ocupar o tempo é fazer coisas que tragam prazer como ler, desenhar, ouvir música, se exercitar e desapegar das ferramentas eletrônicas.
Ela revelou que a quarentena tem sido um período de reflexão e autoconhecimento para reavaliar comportamentos e atitudes. “Estou me desconstruindo e construindo uma pessoa muito melhor, com pensamentos mais firmes sobre as coisas e me tornando mais forte”, finalizou.
A bióloga do Departamento Municipal de Meio Ambiente de Ivaiporã, Denise Kusminski da Silva, mora sozinha há três anos e, por conta disso, relatou que não teve dificuldades para se adaptar à nova realidade. Ela afirmou que aproveita o tempo livre para se dedicar ao trabalho e ao curso de Direito, cujas aulas, no momento, estão sendo realizadas por plataformas online.
Denise Kusminski ressaltou que, apesar das vantagens de morar sozinha, o grande desafio do momento atual é conciliar a rotina diária com os cuidados necessários para com o inimigo invisível. “Embora estejamos vivendo um período assustador, não me sinto solitária. É possível ocupar o tempo livre lendo um bom livro, estudando ou assistindo um bom filme ou série”, contou ela.
Para a bióloga, a tecnologia ajuda manter o contato com a família e amigos, mantendo a fé e o otimismo que toda essa situação delicada vai passar. “Se o mundo vai ser igual não sabemos, mas temos que acreditar que vai passar”, completou a bióloga.
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